PUBLICIDADE

Policial Militar de São Paulo é condenado a mais de 20 anos de prisão por homicídio em boate de Montes Claros

01

O policial militar Wadson Mateus Fernandes Dias, de 30 anos, foi condenado a mais de 20 anos de prisão pelo assassinato de Filipe Fernando Pereira de Figueiredo, de 21 anos, em uma boate de Montes Claros. O crime ocorreu em 16 de dezembro de 2023, e o veredicto do júri foi anunciado na noite desta terça-feira (22).

O Ministério Público de Minas Gerais acusou o réu de homicídio triplamente qualificado, apontando motivo fútil, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e emprego de meio que gerou perigo comum. Além da condenação, o MP solicitou uma indenização de R$ 100 mil para a família de Filipe, que foi morto com um tiro no tórax.

Apesar da condenação, Pablo Figueiredo, irmão da vítima, expressou descontentamento com a pena. “Mesmo com o homicídio triplamente qualificado, a pena foi reduzida e, provavelmente, será reduzida ainda mais. Achei injusto, não traz meu irmão de volta. Vamos seguir com nossas vidas, mas a justiça foi feita apenas em parte”, desabafou Pablo.

A defesa de Wadson, representada pelo advogado Emerson Cordeiro, manifestou respeito pela decisão do júri, mas planeja recorrer. “A decisão reflete os anseios da sociedade, mas vamos revisar os procedimentos adotados no julgamento e a pena imposta. Acreditamos firmemente que o réu agiu em legítima defesa e que as qualificadoras apontadas pela acusação não se sustentam”, afirmou o advogado.

Antes do julgamento, a Polícia Militar de São Paulo informou, em nota, que Wadson responde a um processo administrativo exoneratório, cumprindo os trâmites internos. A corporação enfatizou que não tolera excessos ou desvios de conduta e que os casos são apurados com rigor.

Entenda o caso

De acordo com a Polícia Civil, o crime aconteceu após uma confusão na boate, quando Wadson retornou ao local para buscar uma peça de roupa que sua namorada havia esquecido. O delegado Cezar Salgueiro relatou que, no local, duas mulheres estavam envolvidas em uma discussão com o acusado. Ele as ameaçou com uma arma de fogo, chegando a agredir uma delas com o cano da arma, conforme constatado por laudo médico. A situação se agravou quando o namorado de uma das mulheres, junto com Filipe, tentou intervir, resultando em uma briga que culminou no disparo fatal.

A tese de legítima defesa foi refutada pelas provas reunidas, segundo o delegado. Testemunhas afirmaram ter visto Wadson consumindo bebidas alcoólicas na boate, o que levou à suspensão automática do porte de arma, conforme o Estatuto do Desarmamento.

A Polícia Militar de São Paulo foi informada sobre o caso e recebeu o relatório da investigação para análise no âmbito administrativo.

Redação Site