A percepção negativa do mercado financeiro em relação ao terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu novamente 90% em dezembro, conforme a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (4). Esse percentual foi registrado pela primeira vez em março de 2023, nos primeiros meses do governo.
Segundo o levantamento, apenas 3% dos agentes econômicos consideram a gestão de Lula positiva, enquanto 7% avaliam como regular. Apesar do cenário desfavorável, o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é visto com menos críticas, apresentando uma avaliação relativamente melhor.
O ponto mais positivo para o governo na série histórica ocorreu em julho de 2023, quando a tramitação do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária avançava no Congresso. O mercado viu o projeto, que visa simplificar o sistema tributário brasileiro, como uma oportunidade de crescimento econômico. Contudo, com o agravamento das contas públicas, a percepção voltou a piorar.
No final de novembro, o governo anunciou um pacote fiscal com previsão de economia superior a R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026. Contudo, o mercado recebeu mal as medidas, considerando-as insuficientes. A decisão de anunciar o pacote paralelamente à isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil também foi criticada, sendo interpretada como contraditória.
A pesquisa foi realizada entre 29 de novembro e 3 de dezembro, consultando economistas de 105 fundos de investimento em São Paulo e no Rio de Janeiro. Por ser um levantamento em público específico e sem cálculo de amostragem, não possui margem de erro nem índice de confiabilidade.
