O Brasil está enfrentando a seca mais prolongada, intensa e abrangente de sua história recente. Pela primeira vez, a estiagem afeta o país de forma generalizada, cobrindo todo o território nacional. No entanto, as consequências variam de região para região.
No Norte, rios estão secando, deixando cidades isoladas e comunidades em dificuldade. No Centro-Oeste, o avanço do fogo sobre a vegetação seca ameaça o Pantanal, um dos ecossistemas mais importantes do mundo. No Sudeste, incêndios se espalham pelo interior de São Paulo, enquanto a fumaça cobre grandes áreas da região, ampliando os impactos da crise ambiental.Especialistas explicam que a intensidade da seca e seus impactos resultam tanto de fenômenos naturais, como o El Niño, quanto da ação humana, como as mudanças climáticas, o desmatamento e o uso ilegal do fogo, que estão devastando os biomas do país.
A pesquisadora Regina Rodrigues, coordenadora do grupo de estudos sobre o Atlântico e suas ondas de calor na Organização Meteorológica Mundial (OMM), ressalta que o El Niño, combinado com as mudanças climáticas que aqueceram os oceanos, desestabilizou o clima de forma significativa.
Mais uma vez, a ação humana é a principal responsável pelas chamas que consomem o país, cobrindo diversas regiões com fumaça. Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, explica que, durante a seca intensa, a vegetação seca se transforma em combustível, mas é o fogo – intencional ou não – que a faz queimar. Sem autorização, essa prática é criminosa.
Confira abaixo as regiões e os impactos que cada uma está enfrentando:
Norte: Comunidades isoladas, rios secando e a Zona Franca de Manaus sob ameaça.
Centro-Oeste: Vulnerável aos incêndios, com o Pantanal em perigo e temperaturas atingindo níveis recordes.
Sudeste: A segunda região mais afetada pela seca, com cidades em alerta devido aos incêndios.
Nordeste: Embora o aquecimento dos oceanos atenue parte dos impactos, mais da metade da região está classificada sob condições de seca.
Sul: Após as enchentes no Rio Grande do Sul, começa a surgir um cenário de seca, e especialistas já alertam para uma possível estiagem futura.
Redação, site