Em novembro de 2024, o Ministério da Saúde oficializou a substituição da vacina oral bivalente (VOPb), conhecida como “gotinha”, pela vacina inativada injetável (VIP). A decisão tem como objetivo aumentar a eficácia do esquema vacinal, alinhando o Brasil a práticas já adotadas em países como os Estados Unidos e diversas nações europeias.
Novo esquema vacinal
A partir de 2025, o esquema vacinal para crianças será composto exclusivamente por doses injetáveis:
- 2 meses: 1ª dose (injetável);
- 4 meses: 2ª dose (injetável);
- 6 meses: 3ª dose (injetável);
- 15 meses: dose de reforço (injetável).
Essa mudança, respaldada por evidências científicas e recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), visa eliminar o risco de casos derivados do uso do vírus atenuado presente na vacina oral.
Por que a mudança?
A VOP, que utiliza o vírus enfraquecido, tem sido associada a casos de poliomielite derivados da vacina em locais com condições sanitárias inadequadas. Assim, a dose oral será mantida apenas para controle de surtos específicos, como o registrado na Faixa de Gaza em 2024, onde foi confirmado o primeiro caso de pólio em 25 anos.
A decisão tem o aval da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, que reforça a importância de garantir a segurança e a eficácia do programa nacional de imunizações.
Zé Gotinha permanece como símbolo
Apesar da aposentadoria das gotinhas, o personagem Zé Gotinha seguirá como ícone da imunização no Brasil. Criado nos anos 1980, ele continuará desempenhando um papel crucial nas campanhas educativas e no combate às fake news sobre vacinas.
“Zé Gotinha é um símbolo universal de proteção à saúde e será nosso aliado nas ações de conscientização”, afirmou Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI).
A substituição reflete o compromisso do Ministério da Saúde com a modernização do sistema vacinal e o fortalecimento da prevenção contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil.